Patrocinadores do Orgulho dividem ativistas: "Eles apoiam Israel"

A Parada do Orgulho LGBTQIA+ de 2025 começa em nome da polêmica. Começou nas redes sociais e continua hoje, com a procissão pelos direitos da comunidade LGBTQIA+, que começa às 14h30 na Piazza della Repubblica. O descontentamento começou depois que os nomes de alguns patrocinadores apareceram no perfil do evento, incluindo o Starbucks, que está no centro de um boicote internacional há meses por supostos laços econômicos com Israel: a rede de cafeterias, aliás, aparece na lista negra do aplicativo "No Thanks" do ProPal, criado para ajudar os usuários a identificar empresas éticas.
A publicação começou a circular pela internet e depois se tornou protagonista de um vídeo do criador de conteúdo com quase 800 mil seguidores Guglielmo Scilla (também conhecido como Willwoosh): "A menos de 48 horas do Orgulho LGBTQIA+ — diz ele no vídeo — foi feita uma comunicação no perfil oficial: entre os patrocinadores básicos, ou seja, as empresas das quais o evento recebe dinheiro, está o Starbucks". Em outubro de 2023, a empresa negou oficialmente "ter fornecido apoio financeiro ao governo e ao exército israelense de qualquer forma". O mesmo fez o ex-presidente e CEO Howard Schultz, definido pelo aplicativo como "sionista".
De qualquer forma, a Parada do Orgulho foi acusada de inconsistência. Tanto porque o manifesto oficial do evento "condena veementemente o massacre em curso em Gaza, perpetrado pelo governo israelense", quanto porque a reação dos organizadores foi desativar os comentários na publicação que anunciava o Starbucks como patrocinador. "Um gesto antidemocrático", em oposição a tudo o que, segundo Scilla, o evento representa.
Arcigay também "decidiu passar pelo Rome Pride com uma postura crítica - dizem em um vídeo a presidente Rachele Giuliano, o vice-presidente Pietro Turano e Lorenzo Ludovisi, do conselho administrativo - acreditamos que não pode haver manifestação de orgulho queer que ignore a opressão genocida de Israel ao povo palestino, declarando solidariedade e ao mesmo tempo reunindo patrocinadores como Starbucks, Disney e P&G".
Respondendo às críticas, Mario Colamarino, que além de presidente do clube Mario Mieli, integra o Comitê do Orgulho de Roma, responde: "Fiquei surpreso com a polêmica envolvendo influenciadores que, há alguns meses, trabalharam com patrocinadores e acabaram nessas listas negras pró-Israel". Os escolhidos para a parada "nos garantiram que esses rumores são fruto de desinformação", acrescentou Colamarino, ressaltando que "o Orgulho tem um custo enorme".
Palavras que não serviram para deter aqueles que nessas horas escolheram se juntar a outra marcha: hoje às 16h começará o Priot Pride na Piazzale Ostiense, um desfile alternativo que chegará ao Parco Schuster e seguirá pela Via Ostiense: «Não queremos mais ser absorvidos pela máquina capitalista que é o Roma Pride e, portanto, decidimos nos posicionar política e fisicamente fora dela, para retornar à política nos bairros onde vivemos e que, com o tempo, aprendemos a chamar de lar».
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